Abri os olhos devagar. Os olhos vindos de minha própria escuridão nada viram na desmaiada luz da manhã. Fiquei respirando. Lentamente recomecei a enxergar, após poucos minutos as formas foram se solidificando, eu cansada, esmagada pela doçura de um cansaço. Aos poucos ia retomando os fatos da noite que se passou. Flashes inundavam minha mente inquieta e minha sede tornava-se voraz. Reviro-me na cama e nos lençóis, sinto garganta seca e agora um frio na barriga sobe de encontro a minha boca, com um gosto amargo de fel.
A claridade aos poucos cruzou os vidros da janela, atravessou a cortina e jogou-se sobre o lençol. Pude sentir sua carícia quente como uma mão masculina. Pouco depois, um galo cantou solitário em algum quintal distante, amanhecia.
Reviro-me mais uma vez e percebo que não estou sozinha. Tomo-me de assusto quando percebo o que havera feito. A festa realmente deve ter sido muito boa, acordei ao lado de um completo desconhecido.
Sinto uma leve dor de cabeça e um sabor acre nos lábios. Um aroma de álcool exala da minha pele.
O olho por alguns instantes, desenho seus traços e quase o toco. Mas retrocedo.
Ele dorme e parece sorrir (...)
(Continua)
Ps. O conto ainda está inacabado, mas é uma homenagem a alguém especial.