terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Sós!

Quando estamos a sós...
Quando o meu corpo enlaças...
E mergulhas teu rosto em meus cabelos soltos,
por Deus que nem eu sei o que sinto...
Nem o que faço!
Há em mim a confusão de desejos revoltos!
Tendo os lábios aos teus longamente apertados,
misturo em nossas bocas nossa própria Vida,
e ao me sentir pesar em teus braços...
Vencida!
O mundo é um caos que gira em seus olhos cerrados...
Quando encontras em teu corpo o meu corpo macio,
- abraça-me numa ânsia !
E depois que me estreitas
És como um tronco em queda a soltar-se!

Eu te quero e desejo!
Esse amor que me dás é uma alucinação que cega os meus sentidos...
Teus braços me enlaçando, querem sempre mais
até que os nossos corpos se confundem...
Não há nada no mundo quando estamos juntos...
És franco!
Despreza à terra inteira, e todos os tesouros
para poder beijar o meu pescoço desnudo
e desmanchar com as mãos os meus cabelos negros!

Não há mundo, se me ouves num débil socorro
a debater-me em vão e a murmurar:
"Sou tua!
cobre-me de carícias que me sinto nua
e aperta-me ao teu peito que em teus braços, morro!”.

Quando estamos a sós...
Calados...
Esquecidos...
Nosso amor é um incêndio esplêndido...
Sensual!
E julgamos morrer ao seu calor...
Vencidos!
Ao sublime estertor de um desejo tão sublime
Que chega a ser imortal!

sábado, 1 de dezembro de 2007

quinta-feira, 29 de novembro de 2007


Gosto quando me falas de ti...
E vou te percorrendo...
Descortinando a tua vida
na paisagem sem nuvens
nem tormentas...

Cenário de meus desejos torpes...


Gosto quando me falas de ti...

E então percebo que me adivinhavas...

Antes mesmo de chegar!


Gosto quando me falas de ti...
Quando aos poucos a luz
vasculha
todos os cantos de nosso quarto,
e eu só te encontro

e te reencontro...
em teus lábios.!

Que são mordidos por minha audácia.


Gosto quando me falas de ti...
E muito mais adiantas
em teus olhos descampados,
sem emboscadas...

E acenas pra mim com a tua alma...

Sem dobras...

Como um lençol distendido,

e descortino o teu destino,
como um caminho certo,
cuja
primeira curva foi o nosso encontro.

Gosto quando me falas de ti...

Porque percebo que te desnudas
como uma criança,
sem maldade...

Que eu cheguei justamente para acordar tua vida

que se desenrola como um novelo

que nos cai no chão...

terça-feira, 27 de novembro de 2007


Encontro-me em um daqueles dias que a nostalgia parece querer nos aniquilar...
Este texto está sendo escrito em um dia nublado...
Assim como os meus sentimentos...

A tristeza instaurou-se e a única forma de apaziguá-la é escrever.
Isso não vai fazer com que eu fique menos triste...
Nem com que o motivo da minha tristeza desapareça...

O céu chorou comigo hoje a tarde...
E fez companhia à minha vasta solidão...


*

Ah! Quem te teve assim, e te tem, e te quer,
nesta loucura imensa..
Entregando-se todo à carícia molhada da chuva
sem pudor...
Quero o teu misticismo acariciante, a tua sombra que
tem gestos envolventes...
Sinto-me bem na penumbra roxa do nosso aconchego
no mundo escondido do nosso leito...
Quando os teus olhos são como dois vitrais iluminados e
cheios de lendas
e o meu Desejo é a chama tremula que acendo sempre
em devoção
aos meus pecados...
Luxúria!!!
Às vezes nem parece amor, parece doença,
e sinto que possui de ti nestes instantes
a tua alma e o teu ser...
A volúpia que tu me incitas... Meios-tons das tuas súplicas e
das tuas palavras murmuradas
à penumbra envolvente dos teus êxtases...
Desnudo teus sentidos e já não pode silenciá-los...
Nem queres!!
Abafa-os entre palavras desconexas e te entregas a mim...
Teu corpo, teus sentidos... Tua vida!
E eu me ajoelho diante do teu corpo
Porque ele é o meu altar...
Acendo a chama vermelha do Desejo nos castiçais
quentes,
De carne...
De desejo...
De profano...
E recebo do cálice entreaberto dos teus lábios...
[O ápice do prazer terreno!

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Quando você parte...
Os pedaços do meu coração sentem falta de você!
Quando você parte...
O rosto que eu conhecia se perdeu também!
Quando você parte...
Eu sempre precisei de um tempo comigo mesma...
Mas nunca imaginei que eu precisaria tanto de você.
E os dias parecem como anos
Quando eu estou sozinha...
Quando você vai embora
Eu conto os passos que você dá
Você vê o quanto eu preciso de você agora?
Eu nunca tinha me sentido dessa forma antes...
Tudo o que eu faço
me lembra você
E as roupas que você deixou
Elas ainda estão pelo chão
E cheiram exatamente como você
Eu amo as coisas que você faz...
Tudo que eu sempre quis foi para você saber
Eu dou meu coração e alma...
Eu mal posso respirar
Eu preciso sentir você aqui comigo!
Todas as palavras que preciso ouvir
Para conseguir ir adiante com meu dia
E me fazer ficar bem são...
"Eu sinto sua falta"!

Cicatrizes...


*

Encontrei aquele que tanto amei.
O avistei em meio aquela multidão e simplesmente sabia... Oh Deus!
Como sabia e como o amei.
O amei e o perdi com a mesma intensidade...
Como era bom poder olhar em seus olhos.
Tocar-lhe o corpo e senti-lo envolto em meus braços que exalavam o calor da paixão.
Beijar-lhe a nuca... Sentir seu perfume e o arrepiar de seu corpo com apenas um toque... Somente um toque.
Nunca amei ninguém como o amei.
Foram dias de felicidade terrena que transcendiam à minha alma e a qualquer outro sentimento que ousara sentir por qualquer outro ser.
Éramos um do outro completamente e acreditei que nada seria capaz de mudar.
Enganei-me...
Eu o perdi!
Ele se foi....
Tudo que vivemos ficou marcado em mim como tatuagem, mas só eu sou capaz de vê-la e de senti-la.
Sei que com o passar dos anos acabaremos caindo no esquecimento um do outro... Mas a tatuagem vai continuar no mesmo lugar.
E sei que em alguns momentos nos pegaremos pensando no “nós” que já não existe e julgaremos que poderia ter sido diferente...
Mas já será tarde demais!
Nosso amanhecer já não será como outrora....
Mas tudo que vai deixa cicatrizes que nem o tempo é capaz de apagar...
E certamente esta não vai cicatrizar...

domingo, 25 de novembro de 2007

Fim de tarde


Perdida em incertezas, amontoei sonhos embaixo dos meus travesseiros... E cada vez que dormia, ia buscá-los um a um, determinada a viver com eles para sempre... ...Desassossego no final da tarde, quando minha alma busca a tua...