segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Confissões de uma amante I

Tantos meses sem vir aqui... O ano findou e cá estou eu mais uma vez... 
Agora consigo estar de volta, já não dói tanto como antes!
Feliz 2011 à todos!
Mais uma vez inspirada e de volta ao refúgio da lua.Dedico essa postagem ao meu mais novo amigo e confidente: João love. Obrigada!
Bjos ardentes,

Lilith!


Confissões de uma amante - Parte I


Desejava com todas as minhas forças odiar aquele rosto, esquecer seus carinhos censuráveis, arrancar de minha pele a sensibilidade para não sentir prazer no seu toque poderoso. De todas as formas gostava dele e me culpava, torturava-me por isso. Era vergonhoso admitir tal prazer.

Nos sonhos ele teimava em reinar, fulgurar descaradamente me fazendo desejá-lo cada vez mais. Se ele pelo menos soubesse...
Hoje achei que fosse morrer de tanta saudade, não resisti e acabei cedendo ao desejo do meu celular de ligar para ele. Depois de prometer milhares de vezes e tentar odiar pra apaziguar a falta que 'Ele' faz a cada dia, eu acabei discando os números que me levariam direto aquela voz rouca. É como um vício, algo tão forte quanto heroína ou crack, e eu que me internei na reabilitação tento viver um dia após o outro, resistindo os chamados de minha paixão pelo B. Tento pensar em coisas que ele fez e que me magoaram... Que me deixaram tristes ou que sou sempre eu quem toma a iniciativa, mas quando o anseio ressurge não há memória ruim que aplaque, o pensamento já não funciona e todo o meu corpo se move com um único objetivo: tentar estar, mais uma vez, perto dele.
O telefone chama uma, duas, três vezes. Acho que ele não vai atender e penso em desistir, mas não sei por qual motivo eu não descarto a ligação. Continuo, insisto... Como um viciado em busca de sua matéria prima e ele enfim atende.


-Alô.


Sua voz ecoa ao entrar em meus ouvidos e percorrer todo o meu sistema nervoso. Pronto! 
O êxtase começa a surgir, o frenesi do reencontro com a droga, com a MINHA droga,  feita especialmente para mim.

Meu corpo não se acalma, pelo contrário, entrar em torpor e anseia por mais. Fico tensa, como jamais fiquei com nenhuma outra pessoa, quase perco a fala.


- Oi. Digo, timidamente. - Tudo bem?


-Tudo, e você? Ele retribui.


- Só liguei pra saber como você está.


Que idiota eu sou! A vontade que tenho é de dizer que eu o amo, que ele me faz muita falta e que estou morrendo de saudade, mas as palavras permanecem presas na minha garganta e simplesmente não saem. Sinto-me ainda mais idiota e antes mesmo de desligar me arrependo de ter ligado. Que raiva!

Por que não fui mais forte do que a vontade? Vontade dá e passa, por que não a esperei passar?

A conversa flui descompromissadamente, conto alguns planos pro ano que vai iniciar, falo sobre meu trabalho de conclusão da faculdade e do meu emprego novo. Ele mostra interesse e diz estar feliz por mim. Me deseja boa sorte e sucesso, quase como uma despedida. Agora sim, estou ainda mais triste do que antes de ligar.


Não, ele não disse que sentiu minha falta e nem que está com saudade. 
Me sinto uma boba e não consigo explicar pra mim mesma o porquê de ainda estar apaixonada por ele. Agora não somos mais nada. Não somos amigos, nem amantes, nem “futuros” alguma coisa, eu o perdi e sinto que não o terei de volta. Enquanto escrevo estas palavras a 'Vontade' está bem aqui, sentada ao meu lado e me fazendo olhar para o celular em cima da cama.
Não! Eu não vou ligar.
Mas a pergunta que permanece é:

Quanto tempo mais eu ainda vou resistir?
Quando terei outra recaída?

Prazer, meu nome é Lilith, e estou há um dia sem ligar para o B.


Mais um dia...

(...)