sábado, 4 de setembro de 2010

Sensual


No longo corredor do Hotel, ela caminhava com passos largos e obscuros, ouvindo apenas o som opaco, do contato com o fino salto, tilintando no mármore frio e cinzento do chão. Ela quase se perdera num labirinto de portas cor de canela, procurava o número daquele quarto, o qual recebera uma ligação destoada, no meio da noite.
Já estava cansada da vida rotineira e ouvir aquele estranho chamado a deixou num estado de excitação contínua que lembrava o começo de tudo.

Ele, no quarto, fumando seu cigarro, se confundia entre a agonia e a excitação. Não sabia se havia tomado uma sensata decisão ao ligar para aquela mulher que deixou o número de seu celular no bolso da sua calça jeans escura. Já estava quase para pegar o telefone e dizer que foi um engano, mas, era tarde demais para voltar atrás. Ouvia as batidas fortes e insistentes na porta. Era ela!

E então teve a certeza do porquê de sua coragem súbita. Ao abrir a porta, deparou-se com uma mulher, vestida com um sorriso insinuante, num, sobretudo preto, suas mãos com dedos finos e delicados contrastavam com as unhas pintadas de negro, botas de cano alto e salto agulha prateado. Seus cabelos longos cor de ébano, pendiam esplendorosamente como doces cascatas abaixo dos seus seios, propositalmente denunciados pelos botões entreabertos do casaco. O olhar era firme e marcado pelo excesso de delineador, maquiagem pesada e batom vermelho (...)

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