terça-feira, 20 de março de 2012

Ausente


Deitada, na penumbra do quarto, sinalizo meu corpo em frente ao espelho, refletido em meus pensamentos, por um instante posso afirmar que vi teu rosto.
Em sonho, tua boca cálida mais que presente desfazendo a saudade, dúvidas, receios. 

Deitada, no opaco da noite, deslizo minha mão sobre essa pele que ainda é tua, sobre esse desejo que ainda é seu... E, sôfrega, te vejo na minha tela.
Em prantos, me vejo só e nua. Mais uma vez!
Ouço tua voz rouca e suave dizendo: "Eu te amo", mas nada eu posso mais.
Deitada, perdida em lembranças, releio mentalmente cartas, palavras, sorrisos... Resumo de paixão consagrada a um amor que não viverei mais.
Eu te amo! Meu grito é o eco, oco, só!
Desconexo e infinito.

Essa noite, não mais! Quero esquecer o mundo e me agarrar a mais nua ideia,
enquanto ensaio esses mal traçados versos, nas paredes de um quarto em que você não está!
Não mais...

Nenhum comentário: