domingo, 12 de setembro de 2010

Lilith...



E ficamos ali parados sentindo a presença um do outro, sem dizer nada. Apenas ouvindo o silêncio... Afinal, ele também é musica aos que sabem interpretá-lo.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

'Os Sonhadores'



Sim, estou bêbado. E você é linda. E amanhã de manhã,eu estarei sóbrio,mas você continuará linda. (Matthew, interpretado por Michael Pitt)

sábado, 4 de setembro de 2010

Sensual


No longo corredor do Hotel, ela caminhava com passos largos e obscuros, ouvindo apenas o som opaco, do contato com o fino salto, tilintando no mármore frio e cinzento do chão. Ela quase se perdera num labirinto de portas cor de canela, procurava o número daquele quarto, o qual recebera uma ligação destoada, no meio da noite.
Já estava cansada da vida rotineira e ouvir aquele estranho chamado a deixou num estado de excitação contínua que lembrava o começo de tudo.

Ele, no quarto, fumando seu cigarro, se confundia entre a agonia e a excitação. Não sabia se havia tomado uma sensata decisão ao ligar para aquela mulher que deixou o número de seu celular no bolso da sua calça jeans escura. Já estava quase para pegar o telefone e dizer que foi um engano, mas, era tarde demais para voltar atrás. Ouvia as batidas fortes e insistentes na porta. Era ela!

E então teve a certeza do porquê de sua coragem súbita. Ao abrir a porta, deparou-se com uma mulher, vestida com um sorriso insinuante, num, sobretudo preto, suas mãos com dedos finos e delicados contrastavam com as unhas pintadas de negro, botas de cano alto e salto agulha prateado. Seus cabelos longos cor de ébano, pendiam esplendorosamente como doces cascatas abaixo dos seus seios, propositalmente denunciados pelos botões entreabertos do casaco. O olhar era firme e marcado pelo excesso de delineador, maquiagem pesada e batom vermelho (...)

sábado, 7 de agosto de 2010

Simplesmente... Amor!


Ela não pensara!



Caso tivesse feito isso não teria ido. Pegou sua mochila e embarcou no primeiro ônibus para o Rio de Janeiro.
Naquele momento, o tempo era o seu maior inimigo, travara uma batalha invisível com este que junto com a distância o separava do seu amado.
Na estrada, milhares de pensamentos incessantes e a adrenalina tomavam conta de cada poro do seu corpo. (Tic-Tac)
Sua playlist também não estava ajudando muito... Enquanto relembrava o sorriso quer tanto adorava.


'(...) A não ser, a vontade de te encontrar... O motivo eu já nem sei... Nem que seja só pra estar, ao seu lado só pra ler, no seu rosto... Uma mensagem de amor (...)’.


Ah! Essa música... Léo Jaime soubera parafrasear tudo que ela sentia naquele momento.
Seus olhares impacientemente indo de encontro de encontro ao relógio.
- Não vai dar tempo! O vôo dele é as sete e já são quase quatro.
A ansiedade atinge seu nível máximo.
- Sou louca! Pensa.
Antes a loucura dos que amam que a prudência que tudo se nega e esconde-se em seus medos ocultos.
Se isto era ser louca, então era isso...
- Loucura tem cura? Sorri.

O ônibus finalmente chega à rodoviária. Ela sabe que ele está na Biblioteca Nacional. O relógio marca 16:17.
Corre pelos corredores da rodoviária e toma o ônibus que vai levá-la até ele. Mesmo sem saber o caminho.
Já não consegue pensar, nem distinguir o inverossímil da realidade. Tudo parece estar suspenso no ar.
Desce do ônibus!
Sobe as escadas em frêmitos e então liga pra ele... Agora  já sabe que ela está ali.
Enquanto guarda sua mochila no armário olha novamente o relógio. Vira-se e lá está ele recostado em uma pilastra com o sorriso doce e malicioso que ela tanto adora.
Naquele momento tudo fizera sentido e ela percebe o porquê de estar ali. Aquele sorriso justificava a impulsão e as horas de viagem.
Ela retribui o sorriso e o abraça por instantes que parecem uma eternidade.
Seu inimigo ainda está por perto... Tinha pouco TEMPO!
Ah tempo... Como queria que ele cessasse... Mas isso não iria acontecer!
Seguiram de mãos dadas conversando... Sorrindo... Ambos ignorando que logo teriam que se despedir, agora, por tempo indeterminado.
Enfim, chegara o momento temido.

Ela fica... Ele vai!
O vê indo embora mais uma vez... A distância ficando cada vez maior.
O nó na garganta... Uma sensação estranha e aquela lágrima presa que insiste em tentar denunciá-la
Respira fundo... Acende um cigarro e o sorve lentamente. Ela sabe que odeia esse seu vício, sorri ao lembrar momentos passados e continua fumando.



Era tão difícil ter que vê-lo ir embora... Ter que deixa-lo partir.
Enquanto espera seu ônibus, relembra uma frase que lera em algum lugar, mas não recorda ao certo onde.


‘Quem gosta faz o que pode. Quem ama faz o impossível!’


Ao reviver essa citação ela exita. Sorri novamente e tem então a certeza que tanto temia: aquela confusão de sentimentos que havia se instaurado em sua vida, definitivamente, era... Amor!



quinta-feira, 29 de julho de 2010

Elogio a Loucura -



Elogio a loucura -

"Pretendeis misturar o fogo com a água, pois a Loucura e a Prudência
não são menos opostas que esses dois elementos contrários.
— Não obstante sentir-me-ei lisonjeada por vos convencer disso,
desde que continueis a prestar-me vossa gentil atenção.
Se a prudência consiste no uso comedido das coisas,
eu desejaria saber qual dos dois merece mais ser honrado com o título de prudente:
o sábio que, parte por modéstia, parte por medo, nada realiza, ou o louco,
que nem o pudor (pois não o conhece) nem o perigo (porque não o vê)
podem demover de qualquer empreendimento.
O sábio absorve-se no estudo dos autores antigos;
mas, que proveito tira ele dessa constante leitura?
Raros conceitos espirituosos, alguns pensamentos requintados,
algumas simples puerilidades — eis todo o fruto de sua fadiga.
O louco, ao contrário, tomando a iniciativa de tudo, arrostando todos os perigos,
parece-me alcançar a verdadeira prudência.

(Erasmo de Roterdan)

terça-feira, 13 de julho de 2010

Certo e Errado?







Marquês de Sade costumava dizer que nada nem ninguém é mais importante do que nós mesmos. E que não devemos negar-nos nenhum prazer, nenhuma experiência, nenhuma satisfação, desculpando-nos com a moral, a religião ou os costumes.



Com isso em mente, pense rápido: vale tudo entre quatro paredes? Existe o "normal" e o "anormal" quando o assunto é sexo? Quem determina o que é "certo" ou "errado" quando o assunto é o nosso próprio prazer?





No Império Romano, tudo era permitido quando o assunto era sexo. Não existiam proibições e a busca pelo prazer era o que guiava as pessoas. Quando Constantino aliou-se à Igreja Católica, no ano 312, as coisas começaram a mudar. Passou-se a se preocupar mais com a virtude, com a busca de uma vida moralmente satisfatória, que fizesse da pessoa uma forte candidata a um lugar no céu. Dessa forma, passou-se a pregar a virgindade, a busca do prazer espiritual em detrimento do carnal. Passou-se a considerar certas práticas aceitáveis, enquanto outras eram moralmente condenáveis. Santo Agostinho chegou a escrever que o único sexo permitido era aquele feito com o homem em uma posição superior, com a mulher deitada e ele por cima e, mesmo assim, apenas depois do casamento e para fins de procriação.



Mas como em toda convenção existem pessoas que não concordam com o que é imposto. Algumas simplesmente não se adaptam àquilo que a sociedade prega como "certo" e, partem então, em busca daquilo que as farão felizes, tornando-se assim, muitas vezes por ignorância e hipocrisia dos outros, vítimas de preconceitos. É certo abrir mão da sua essência, daquilo que lhe dá prazer por imposições de terceiros? Algumas pessoas acham que sim, outras saem do padrão, em busca daquilo que crêem que as fará plenamente realizadas.

E vc? O que acha disso?





Estrada


Ele voltava como se fosse pra sempre...
Mas nunca é!

Ela mostrava que chegou... Ele disfarçava e partia...
Partia mais uma vez!

Ele gostava da estrada... Da liberdade em suas mãos...
Ela era apenas uma parada!

Ela queria alguém que a entendesse...
Se apaixonou!

Enfim, todo errado é certo pra alguém!

Ele era o erro mais certo que ela desejava...
Para toda reticência que dói para sempre, existe um novo parágrafo...
Mas eles não compartilhavam a mesma história!
Para a angustiante interrogação no coração dela, existia uma inesperada exclamação...
Para a vírgula que não a deixava ir adiante, existia agora, talvez, um ponto final. [.]

Ela descobriu que conquistar pode ser cruel...


Se não souber o que é AMOR!

terça-feira, 16 de março de 2010

Delírio...(III)




Delírio

Nua, mas para o amor não cabe o pejo
Na minha a sua boca eu comprimia.
E, em frêmitos carnais, ela dizia:
Mais abaixo, meu bem, quero o teu beijo!
Na inconsciência bruta do meu desejo
Fremente, a minha boca obedecia,
E os seus seios, tão rígidos mordia,
Fazendo-a arrepiar em doce arpejo.
Em suspiros de gozos infinitos
Disse-me ela, ainda quase em grito:
Mais abaixo, meu bem! ? num frenesi.
No seu ventre pousei a minha boca,
Mais abaixo, meu bem! ? disse ela, louca,
Moralistas, perdoai! Obedeci…



~Este poema dispensa qualquer palavra...
Saudemos Olavo Bilac e sua maestria com as palavras!!!
Que saudade do blog!
Que saudade da lilith!
Tanto tempo sem escrever...
Editando esta postagem sinto-me nostálgica!!
Quantas noites insones... Madrugadas sem fim desvendando palavras, desnudando sentimentos...
Ahh!
Estou muito feliz por estar aqui neste momento!